Como a meteorologia afeta o PLD?

A meteorologia possui um papel essencial no que diz respeito à energia elétrica. Com uma matriz energética predominantemente apoiada em fontes renováveis como hidrelétrica, eólica e solar, as condições climáticas emergem como fatores variáveis que influenciam a segurança e o planejamento elétrico do País. Praticamente todas as variáveis climáticas influenciam na produção de energia elétrica: a hidrelétrica depende das chuvas e da vazão dos rios para seu funcionamento; os ventos, na geração eólica e a radiação solar, nas usinas fotovoltaicas. Para além das consequências, a previsão meteorológica também impacta no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD)

O PLD é calculado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e tem como resultado o valor de toda a energia elétrica produzida. O modelo estabelece a precificação ideal para o momento, definindo as gerações hidráulica e térmica para todos os submercados. 

Chegar ao PLD não é simples, uma vez que a maior parte da energia brasileira é gerada por usinas hidrelétricas. Sendo assim, o cálculo deve levar em consideração o benefício presente do uso da água e o benefício futuro de seu armazenamento, assim como da economia que essa reserva proporcionará em combustíveis das usinas termelétricas. 

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De que forma a meteorologia afeta o PLD?

De acordo com André Tamashiro (foto), especialista em preço e Inteligência de Mercado da Atiaia Renováveis, e o meteorologista Felipe Vemado, a previsão do clima afeta o PLD de acordo com o volume de chuvas e as regiões em que se concentram. “As chuvas que caem nas cabeceiras dos rios importantes para o Sistema Integrado Nacional (SIN) – por exemplo as bacias do Grande (divisa de São Paulo com Minas Gerais) e de Paranaíba (na fronteira entre Minas Gerais, Goiás e São Paulo) – condicionam uma redução do PLD, com o aumento das afluências e reservatório. Geralmente, as chuvas nestas bacias induzem uma redução do preço em médio e longo prazo. Outro exemplo, chuvas que ocorrem na bacia de Itaipu (divisa entre Paraná e Mato Grosso do Sul) ou na região sul afetam em um rápido aumento das afluências que impactam o PLD de curto prazo”, afirma Tamashiro.

Para planejar as operações, é necessário trabalhar com a previsão das chuvas para ter uma maior assertividade da geração de energia. “Porém, quando percebemos que as chuvas ficarão mais escassas, nos adiantamos para a compra de energia no mercado livre”, ressalta Tamashiro. 

Para investimentos futuros, um dos principais fatores que as empresas devem considerar é a questão das mudanças climáticas que atuam aumentando a amplitude dos eventos meteorológicos, produzindo períodos de secas mais severas, assim como de excessos de chuva. A título de exemplo, de acordo com o relatório do Observatório Europeu Copernicus (C3S), a temperatura global do ar está 1,58ºC acima da média da era pré-industrial.

 

Data da publicação: Abril/25

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